Por entre as névoas de Baróvia

Os cavalos pareciam seguir o caminho independentemente de como Alymm puxava as rédeas e esse foi o último pensamento que ela teve antes de serem tomados pela névoa e, com dificuldade para respirar, se sentir desmaiar no ombro do bardo que ocupava com ela a frente da carroça. Um tranco da estrutura de madeira despertou os heróis que, ainda levemente atordoados, cercaram Alymm de perguntas sobre o acampamento, os lobos, a névoa e o envio de uma resposta à Duquesa Morwen mas a névoa voltou a se fechar envolta do grupo os obrigando a voltar à carroça e continuarem viagem que, aos olhos de elfos e humanos, parecia às cegas. Aos poucos a visibilidade foi melhorando e um portão gigantesco e parecendo pesado, com soldados esculpidos em suas pilastras de sustentação, se abriu para os viajantes e os cavalos continuaram, como guiados por uma força intangível, até atravessarem os portões e se verem cercados por uma floresta que não reconheciam. Tão logo a carroça cruzou os portões, eles se fechara...

A caminhada até o acampamento cigano foi breve, afinal, todos do grupo pareciam aventureiros e acostumados a situações extremas dentro das suas andanças e o meio-elfo não podia dizer que achar seu destino tinha sido difícil já que a fogueira ardia tão forte quanto a música e ele avisou aos companheiros que deixassem a conversa com ele. Uther acenou com a cabeça e saiu de lado, provavelmente procurando alguma pista, ele imaginava,  enquanto Dedrin grunhiu sua concordância e fixou seu olhar na floresta como se esperando que os lobos aparecessem de uma hora para outra. Um dos ciganos os abordou assim que se aproximaram, como se tivessem cruzado muros invisíveis que avisaram aquele povo da sua chegada. Eles se apresentaram e foram convidados para se juntar a festa ao redor da fogueira. O Acampamento — Também posso tratar com os ciganos, meu amigo! Acho que somos mais diplomáticos que nossos dois amigos. — disse Itham enquanto estavam alguns passos atrás do cigano que os recepcionou, Si...

Ainda sonolento, Sihtric percebe que algo foi enfiado por baixo da porta do quarto, o estalajadeiro não estava mentindo quando disse que eram os melhores quartos da casa, a cama era confortável e as paredes grossas e janelas firmemente fechadas garantiram que o frio ficasse de fora e o banho que ele achou preparado assim que entrou no aposento ontem a noite era tudo que ele precisava e não sabia. Ele sabia que essa era umas cidades mais agitadas e civilizadas e ter achado uma mulher quente esperando por ele na cama teria tornado a primeira noite em Daggerford ainda mais perfeita mas não se podia ter tudo. Se os olhos dele não o estavam enganando, a carta empurrada por baixo da porta estava lhe oferecendo oportunidade de cantar, beber e comer na propriedade da Duquesa Morwen.  — As coisas belas estão espalhadas pelo mundo para serem apreciadas e exaltadas e quem melhor do que eu para fazê-lo, não é mesmo? — disse o bardo olhando seu alaúde como quem olha um amigo, abandonando a cart...

Dedrin estava cansado, havia passado a semana buscando pistas e relatos sobre aparições de lobos estranhos mas as histórias pareciam não dar em lugar nenhum. As longas horas caçando não o incomodavam tanto quanto a uma pessoa normal mas a proximidade com Daggerford garantiria ao menos comida quente e um teto sob sua cabeça e o cansaço tanto físico quanto mental talvez trouxessem um sono sem sonhos já que Dedrin não sabia se era melhor acordar de pesadelos ou de lembranças de seus amores e ter que reviver a perda toda de novo. Daggerford O prédio era fácil de achar dentro da cidade, suas paredes de pedras cinzas e janelas de madeira mal mantinham a luz e o barulho do lado de dentro da taverna quente e movimentada. O barulho era demais para ele depois de tanto tempo sozinho com a sua obsessão, já tinha resolvido que arrumaria jantar e acomodação e se recolheria o mais rápido possível quando alguém que parecia um mercenário levantou a voz e chamou por ele e por mais três recém-chegados q...